
Conforme a tradição cristã, a entrada de Jesus Cristo na cidade de Jerusalém, montado em um pequeno jumento, foi vista como um sinal de sua grande humildade. O povo o recebeu com felicidade, colocando ramos de palmeira e oliveira nas portas das casa e no caminho para ele passar. Desde então, os católicos celebram o Domingo de Ramos, que também marca o início da Semana Santa. Na data, os fiéis costumam levar ramos para missas, para serem abençoados. Em Santa Maria não foi diferente.
Na manhã de domingo (2), dezenas de católicos se reuniram na Paróquia Nsa. Sra. das Dores, no bairro de mesmo nome, para uma pequena procissão que começou no pátio do templo, seguida de uma missa para a igreja lotada.

Entre as famílias e crianças que levavam ramos nas mãos, estava o ferroviário aposentado Rogério da Silva, de 68 anos. Morador do Bairro Nsa. Sra. das Dores há quase seis décadas, ele tem o costume de frequentar as missas na paróquia, geralmente as das quartas-feiras, que são as da Benção da Saúde.
– Eu considero necessário celebrar o Domingo de Ramos, pois é uma passagem muito importante da Bíblia. Jesus chegou em Jerusalém para promover a paz e é isso que comemoramos. Sempre fui fiel ao catolicismo, pois me criei assim desde pequeno com minha avó. Penso que todos temos que ter religião, independente do credo – conta o aposentado.

SEMANA DE FÉ E REFLEXÃO
O Domingo de Ramos é apenas a primeira de uma série de celebrações que ocorrem na Semana Santa, momento central da liturgia católica romana, que se estende até o domingo seguinte, a Páscoa. Na quinta-feira, por exemplo, é referenciada a Eucaristia e o rito do lava-pés, que recorda a última ceia de Jesus, quando o mesmo lavou os pés de seus discípulos. A Sexta-Feira Santa (ou da Paixão), feriado, relembra o sofrimento e crucificação de Jesus. Segue o chamado sábado de Aleluia, onde teria ocorrido uma vigília no sepulcro de Cristo e, no domingo de Páscoa, sua ressurreição.


Durante a homilia, o padre Fabio Júnior Batistella, reforçou a necessidade de refletir sobre tudo que Cristo passou pelos fiéis e como os mesmos, muitas vezes, não dão o seu melhor em retorno.
– Neste Domingo de Ramos queremos, como católicos, cada vez mais, ter a firme confiança de que Jesus passa por todo esse sofrimento na Semana Santa para nos ensinar muitas coisas. Essa é a semana da nossa fé. Eu e os padres aqui da paróquia estamos há algum tempo se preparando para rezarmos bem e fazer com que nosso povo se sinta muito acolhido e possa se encontrar, verdadeiramente, com Jesus em todas as celebrações – disse o padre Fabio Junior.

Ao fim da missa, os fiéis levam os ramos abençoados para casa ou local de trabalho. Eles costumam ser utilizados como forma de proteção. A administradora Narjana Junges Manchini, de 25 anos, é de Ijuí, e costuma participar das atividades na comunidade católica do município. Na saída da igreja, a jovem, que é catequista e também coroinha desde pequena, relembrou a importância desse período para os católicos.
– É muito importante o Domingo de Ramos, porque é o primeiro passo da Semana Santa. Assim como os cristãos naquela época, em Jerusalém, nós viemos celebrar o início da Semana Santa e aguardar a ressurreição de Cristo. É um período reflexivo, onde paramos para pensar em tudo que Cristo passou por nós. E, como o padre falou, às vezes não retribuímos. Eu procuro fazer o máximo de reflexão sobre o presente e o futuro nesse período, até mesmo na quinta-feira, com o lava-pés – conta Narjana.
Em Santa Maria, também houve missas e procissões de Domingo de Ramos na Paróquia Nsa. Sra. da Glória e na Paróquia Santo Antônio, em Camobi, nas paróquias do Bom Fim e Nsa. Sra de Fátima, no Centro, e um culto na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).
Um dia após receber alta do hospital, o Papa Francisco também participou da missa de Domingo de Ramos, celebrada para uma multidão na Praça de São Pedro, no Vaticano.